segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Festa Literária acabou e já deixa saudade

A Festa Literária, deste ano, que ocorreu do dia 26 até ontem, trouxe até a cidade, autores consagrados como Pedro Bandeira, Léia Cassol, Marô Barbieri, Henrique Schneider, Martha Medeiros, Marcia Tibure, Claudia Tajes e Luís Augusto Fischer. Foram 4 dias em que a cidade respirou cultura. 

O Patrono da Festa Literária, Pedro Bandeira, abriu o evento falando sobre seus livros e disse que sempre gostou de colocar no papel a sua emoção, os seus sentimentos. Falou que observa as crianças e jovens e que isto serve como uma fonte de inspiração para o seu trabalho. Ele comentou que cada livro que escreveu  é um pedaço seu e que não tem um preferido, quem tem que preferir é o leitor. Pedro, além de professor, ter trabalhado em teatro, jornalismo e publicidade, foi editor da Revista Última hora e trabalhou na Editora Abril. Escreveu vários livros infantis e se consagrou com o livro "A Droga da Obediência", voltado para adolescentes. Desde 1983, dedica-se, inteiramente, à literatura. Recebeu vários prêmios, como o prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Arte e o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, entre outros.

Léia Cassol, que  se apresentou na Antiga Igreja Matriz, se utilizou de várias ferramentas para contar para o público a história do Boi Barroso. Ela cantou, dançou, tocou pandeiro, interpretou e encantou a todos com sua versatilidade. Léia Cassol é contadora de histórias e escritora de literatura infanto-juvenil.

Marô Barbieri fez com a platéia a brincadeira do show do milhão. O público tinha que responder perguntas sobre seus livros. Ela dividiu a platéia em grupo A e grupo B, o grupo que acertasse a pergunta tinha que gritar um rá bem rápido, o prêmio era um milhão de beijos. No final de sua apresentação, Marô cantou a musiquinha da Tinoca Minhoca. Marô Barbieri é escritora já com 18 livros publicados, tem licenciatura plena em Língua e Literatura Portuguesa e Língua e Literatura Francesa pela PUC-RS e trabalhou 28 anos no Colégio João XXIII.

Henrique Schneider falou da importância de saber ler e da influência que os meios de comunicação tem sobre as pessoas. O autor  leu para o público da Antiga Igreja Matriz, alguns de seus contos. Contos que podem ser encontrados no site  www.henriqueschneider.com. O autor é graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), desde 1993 é sócio da Fagundes, Schneider e Advogados Associados. Na época da faculdade, publicou seu primeiro livro: Pedro Bruxo(Editora Metrópole). Publicado em 1984, o livro ganhou ainda outras duas edições pela Editora Caetés. Em 1989, com O Grito dos Mudos, venceu o Prêmio Maurício Rosemblatt de Romance. O livro e o prêmio lhe abriram as portas para a literatura. Após uma pausa, em 1999, publicou A Segunda Pessoa.  Em 2003, passou a escrever a coluna semanal de contos Vida Breve, no jornal ABC Domingo. Em 2007, em parceria com a Universidade Feevale, passou a fazer leituras públicas e gratuitas dos contos do Vida Breve. As leituras já o levaram a diversas cidades gaúchas, além de Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Montevidéu e Buenos Aires. Também em 2007, publicou Contramão, finalista da 50ª edição do Prêmio Jabuti e vencedor do Prêmio Livro do Ano – categoria Narrativa Longa -promovido pela Associação Gaúcha de Escritores - Ages.



Martha Medeiros, escritora gaúcha consagrada no Brasil inteiro, respondeu perguntas sobre seu trabalho e sua vida pessoal. Disse que leva uma vida normal, vai ao supermercado, cuida dos filhos e que trabalha em  casa. Martha contou que nunca sonhou em ser tão reconhecida, disse  que, na sua profissão, as coisas foram acontecendo naturalmente. A autora começou sua carreira como redatora e diretora de criação em várias agências de propaganda. A partir de 1993 começou a se dedicar , inteiramente, a literatura. Seu primeiro livro publicado foi Strip-Tease e seu livro de crônicas Trem-Bala, foi adaptado com sucesso para o teatro, sob direção de Irene Brietzke. É colunista do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, e do jornal O Globo, do Rio de Janeiro.


Marcia Tibure deu uma aula de filosofia para a platéia da Antiga Igreja Matriz. Falou que gosta de ler livros que ela não entende porque com esses, ela aprende mais. Falou também que, no passado, as mulheres não eram estimuladas a serem filosofas, que filosofar era permitido só aos homens. Contou que foi uma das primeiras mulheres a escrever sobre Filosofia no Brasil. Marcia é graduada em Filosofia e artes, Mestre e Doutora em Filosofia pela UFRGS. Publicou vários livros, cujos principais temas são ética, estética e filosofia do conhecimento. Entre eles, estão as antologias As Mulheres e a Filosofia, O Corpo Torturado, e Mulheres, Filosofia ou Coisas do Gênero. É conferencista e professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e colunista da Revista Cult. 


Na noite de sábado, Claudia Tajes,  Kátia Suman e Luís Augusto Fischer apresentaram o Sarau Elétrico, onde leram textos de autores como Fabrício Carpinejar, Nélson Rodrigues, Martha Medeiros, entre outros. O trio esbanjou simpatia e bom humor. Foi um privilégio ter profissionais tão gabaritados, contando histórias para nós.  Luís Augusto Fischer é professor de literatura brasileira na UFRGS, doutor em Nélson Rodrigues, escritor, cronista e jornalista nas horas vagas. Autor de vários livros de crônicas, ensaios e contos, com destaque para o já clássico Dicionário de Porto-Alegrês e a premiada novela Quatro Negros. Claudia Tajes trabalha em criação publicitária, escreveu alguns roteiros para televisão e tem 6 livros publicados, entre eles Dez (Quase) Amores, As Pernas de Úrsula, A Vida Sexual da Mulher Feia e Louca por Homem. Kátia Suman é graduada em Ciências Sociais, mestre em Comunicação, radialista e apresentadora da TV COM. O Projeto Sarau Elétrico pode ser visto, às terças-feiras, no Bar Ocidente, em Porto Alegre. 


Além dos bate-papos com os autores, a Festa Literária teve, entre outras coisas, as apresentações das escolas, Seminário sobre Cultura, teatro, a apresentação musical de Luiz Marenco e o lindo espetáculo do Grupo Toll, que atraiu um grande público para o Largo Felippe Seger Sobrinho. A Festa  proporcionou, também, a aquisição de livros por bons preços e um espaço onde uma grande variedade de livros estava à disposição de todos. Foi  um evento grandioso! Feliz de quem aproveitou. O evento contou com o patrocínio da Loja Taqi, Coopershoes, Sicredi, Wirth, Piá e Lei de Incentivo a Cultura do Ministério da Cultura; e com o apoio dos Amigos da Antiga Matriz de São Miguel, Um Cultural, Restaurante Santa Cecília, AUDI e Locanda Hotel. A Festa Literária foi uma realização da Secretaria de Educação, Cultura e Desporto de Dois Irmãos.