BENS TOMBADOS

A cidade de Dois Irmãos possui, atualmente, 23 Bens Tombados. São eles: Casa Ellwanger, Casa Família Engelmann, Casa Auler, Casa Dienstmann, Casa Soine, Museu Histórico Municipal, Casa Konrath, Conjunto Igreja Luterana, Igreja Evangélica, Casa Pastoral Evangélica, Casa Kolling, Salão Sander, Armazém Sander, Casa Kolling (Scholl), Antiga Igreja matriz de São Miguel, Colégio Imaculada Conceição, Casa Professor Matheus Grimm, Moinho Collet, Ponte de Pedra, Serraria Becker, Cemitério Evangélico do Travessão, Casa Arno Saueressig e Casa Ariberto Wendling.

Antiga Igreja Matriz de São Miguel
Dados Históricos apontam que por volta do ano de 1832, iniciou-se a construção de uma capelinha de madeira no mesmo lugar onde encontramos hoje a Antiga Igreja Matriz. Em 1849, a paróquia de São Miguel recebeu o primeiro pároco, P. Agostinho Lipinsky. Em 1857, Baumschneis tornou-se a maior das picadas alemãs católicas. Nesse período, começam a ser feitas campanhas de arrecadação e a construção da nova igreja inicia em 1868. Sabe-se que as paredes da igreja são de pedra grês e a argamassa de barro. Em 1948, achou-se necessário reforçar as paredes com contrafortes, a platibanda e pequenos pináculos (cruzinhas). Sua construção passou por sucessivas etapas até que, em 25 de abril de 1880, dá-se a bênção sobre a igreja. O tombamento da igreja ocorreu em 1984, sendo considerada Patrimônio Cultural do Estado. As pinturas internas são ricas em motivos, os vitrais apresentam intensa gama de cores e as esquadrias são ricamente trabalhadas. Seu estilo arquitetônico pode ser definido como gótico alemão. Atualmente, a igreja cede seu espaço para várias atividades culturais.




Casa Kieling
A casa teria sido construída por Weimann, de São Leopoldo, na primeira metade do século XIX. De 1893 a 1895, a casa foi habitada pela família Kieling. Em 1845 a casa foi vendida a Nikolaus Schäffer, sendo utilizada como residência, pertencendo, mais tarde, ao seu filho, Georg Schäffer. Em 1918, Carlos Kieling, casado com Carolina Scäffer, adquiriu a propriedade, instalando no porão uma marcenaria. A casa pertenceu aos Kieling até 1895, quando foi adquirida pela prefeitura e restaurada para abrigar o Museu Histórico Municipal. A casa também serviu de ponto de encontro, armazém e salão de baile.


A casa possui porão e sótão. Toda fundação (porão) é em pedra grês. Nesse exemplar arquitetônico, a cozinha já acontece integrada a casa. O desenho da bandeira é mais trabalhado se comparado a outros exemplares, sendo de ferro. A casa ainda possui pavimento externo em pedra de junta seca e taipa de pedra originais. Os fornos existentes nos fundos foram construídos para a Festa do Colono. A telha é plana e de madeira - tipo germânica, lhe conferindo um caráter bastante particular, visto que a maioria das casas possuía telha cerâmica. Nessa edificação a esquadria com vidro ocorre internamente.

Igreja Evangélica
Em 1833, foi iniciada pela comunidade evangélica de Dois Irmãos, a construção de uma capela-escola, sendo inaugurada em 1834. Em 1854, a comunidade já contava com 100 membros e compraram um terreno no centro da cidade, onde seriam construídos a igreja e o cemitério. Em 1855, iniciou-se a construção da igreja, sendo inaugurada em 29 de setembro de 1857. Em 1860, foi feita a compra de um órgão que chegara da Alemanha, em 1862, sendo trazido de Porto Alegre. A torre do sino e relógio é volume destacado do restante da edificação. Seu estilo gótico é muito simplificado. A edificação se destaca por estar em terreno bastante elevado. O cemitério foi construído na mesma época da construção da igreja.



Moinho Collet
O prédio foi construído ao lado do antigo moinho Blauth, aproveitando-se parte de suas instalações, como o canal e as fundações. O primeiro moinho foi construído por Jacob Blauth que possuía uma área de terras junto ao Rio Feitoria. O moinho velho funcionou até 1860. O novo moinho servia de residência para a família da filha de Blauth, que ainda instalou uma loja de secos e molhados, tornando-se importante ponto comercial da época. Logo, a propriedade é vendida a família Sperb que mais tarde vende ao Sr. Engelmann. Em 1901, Guilherme Collet adquire o moinho. É nessa época que os negócios do moinho começam a prosperar, tendo sido aumentado a sua área física para atender a demanda comercial. Nele eram produzidos extração de óleo de amendoim, farinha, e mais tarde, beneficiamento de arroz. O sótão era utilizado para a secagem de grãos.



O Sistema construtivo do prédio se utiliza de pedra grês irregular argamassada com argamassa de cal e areia. O edifício possui várias etapas de construção. A construção original compreende a área do moinho, o salão e parte da residência. A distribuição se dava em 4 pavimentos: Porão - equipamentos; térreo - moinho; 2° pavimento -  salão do armazém e residência; sotão. A espessura da parede varia de 55cm - sotão a 90 cm - térreo e porão. Ombreiras, vergas e peitoris são de pedra. A edificação apresenta dois tipos de janelas: as originais com vidraças de abrir e tampões e as da parte mais recente com janelas de guilhotina e janela tampão de madeira. O acesso principal apresenta porta bastante trabalhada com almofadas desenhadas e bandeira com esquadria de madeira em arco. As telhas originais são telhas planas tipo germânica. Todas as dobradiças são de ferro fundido e as fechaduras originais apresentam o desenho em forma de coração.

Atualmente, o prédio está com uma estrutura de estaqueamento para garantir que ele não desabe, devido a problemas na fundação.

Casa Konrath
A casa é rica em detalhes, como lambrequins, esquadrias internas com vidraçaria, piso em tabuão original. O sótão está completamente recuperado, constituindo um rico espaço para uso. A fachada principal se dá em forma de frontão e o acesso da casa é lateral. A casa se destaca do entorno pela época e pela posição elevada em que se encontra no terreno. As janelas internas são em duas folhas com esquadria e vidro e a janela externa é em forma de janela tampão. No frontão, a cimalha mostra a divisão entre o térreo e o sótão. A casa foi completamente restaurada, ocorrendo algumas modificações como acréscimo de espaço para sanitários e modificação do piso externo. Atualmente, a casa abriga o Departamento de Cultura.


Conjunto Igreja Luterana
Composto pela Igreja Luterana e pela Casa Paroquial. Em 1855, foi  construído o templo da Igreja, sem torres e sem sinos, pois no Brasil Imperial, outras igrejas, a não ser as católicas, eram proibidas de construir tais elementos. Anos mais tarde, foram colocadas as torres e sinos. Em 1903, foi realizado o primeiro culto, sendo, a partir daí, realizados a cada duas semanas, até o ano de 1937. O cemitério era em conjunto com a Igreja Evangélica. Em 1938, foi inaugurado o templo da Igreja Luterana. A igreja apresenta estilo gótico muito simplificado, sendo muito semelhante à Igreja Evangélica. A segunda.


Casa Soine
A casa possui uma fachada em forma de frontão, com aplique de massa sobre as janelas, presença de vasos cimalha e balaustrada romana fechada. Uma hipótese de, neste exemplar, a balaustra se apresentar fechada. Pode ser em função de a edificação necessitar de mais um cômodo, sendo necessário, portanto, elevar a anterior platibanda com balaustra aberta a forma de frontão, resultando no fechamento da balaustra.



Ponte de Pedra
O estilo da ponte é romano e tem sistema construtivo dos arcos em arquitrave, toda construída em pedra  grês. Jacob Blauth foi responsável pela obra e johannes Sauther foi o mestre de obras. A ponte foi construida com a finalidade de melhorar o contato com Hamburgo Velho, grande centro comercial da época. Em 1874, no entorno da ponte, ocorreu um pequeno conflito com os Muckers.



A ponte faz parte da Rota Colonial. Hoje o tráfego de carros é intenso pela ponte. Encontra-se em ótimo estado de conservação. Muitas pessoas ainda utilizam esse caminho para Hamburgo Velho.

Salão Sander
O Salão Sander foi um importante ponto de encontro para os doisirmonenses. Nele aconteciam os bailes de Kerb. Também funcionava junto ao estabelecimento um pequeno hotel que era utilizado principalmente pelos vendedores e viajantes que chegavam na cidade para comerciar. No Salão também era servido o café colonial.


A fachada possui uma simplicidade única e simétrica. Detalhe interessante é que, nesse caso, a cimalha não é de característica ornamental somente. Aqui, ela apresenta função estrutural, a fim de servir como reforço estrutural para assegurar a chegada do telhado na fachada, constituindo uma cimalha de amarração

Atualmente, parte de sua construção se encontra avariada, devido a um desabamento. 

Pesquisadora: Ingrid Arandt
Fotos: Paula Machado